Como evolui o poder de compra no brasil?

Economistas chamam de poder de compra a capacidade de adquirir bens e serviços com determinada unidade monetária. Esse cálculo leva em conta vários fatores, como a renda do mercado de trabalho, a renda da previdência, o crédito, os juros e a inflação. Como anda o desempenho do Brasil nos últimos anos?

Relação entre salário e consumo

Se você tem a sensação de que, com o seu salário, já não consegue pagar as mesmas despesas de antes, quer dizer que o seu poder de compra pode ter diminuído. Dados de 2016 mostram que o poder de compra dos brasileiros caiu para R$ 3,17 trilhões, voltando ao patamar de 2011. O mesmo aconteceu com o rendimento médio do trabalhador, que encerrou o primeiro semestre de 2016 em R$ 1.972, com queda de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Estudos mostram que a queda do poder de compra é inversamente proporcional à inadimplência. Ou seja, neste contexto, aumenta o número de pessoas com dificuldade de arcar com seus compromissos e acabam atrasando pagamentos. No Brasil, o número de inadimplentes chegou a 60 milhões em 2016.

Comparação do poder de compra com outros países

Segundo cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), o brasileiro tem apenas 29% do poder de compra de um americano médio, equivalente a menos de um terço. Na comparação com países da América Latina, o resultado não melhora muito. O poder de compra no Brasil é menor até do que no Chile, na Venezuela, na Argentina e no Uruguai.

Enquanto os números oficiais servem para embasar os movimentos da economia de cada país, há também um dado mais subjetivo, que é a sensação das pessoas sobre sua capacidade de arcar com os gastos cotidianos a partir do que elas ganham. Por conta da inflação, brasileiros que guardam em casa recibos de anos passados têm a impressão de que tudo era mais barato antigamente (o recibo é um documento usado para atestar que uma pessoa recebeu determinada quantia de dinheiro de outra – veja aqui um modelo).